sábado, 23 de março de 2013

Vencedores do Prêmio Bolly Tabby


Oi pessoal!

Finalmente entregaremos os Prêmios Bolly Tabby! Que emoção! Não tivemos lá muitos votos, mas pelo menos mais de 50 pessoas colaboraram com o blog. Alguns resultados permaneceram empatados até o último dia, mas ainda bem que não precisei usar meu voto de minerva! XD Confiram agora os ganhadores e até o ano que vem! Como se eu fosse fazer isso novamente... XD





Minha reação com o quarto lugar do Dev Saran de KANK:



#Nem todo mundo gostou desse resultado...


PLMDDS! PFVR! TGSKR! GADPSRK!!



Anjali ganhou!! É campeã!!!




Vamos relembrar e tentar dançar junto: Chammak Challo


Quero deixar claro que o blog, apesar de empregar o Surinder como assistente e mascote oficial, não teve nada a ver com sua vitória. Obrigada.


“Pelo menos sou super linda, hot e gostosa e canto super bem!” 


Até a próxima, pessoal! Obrigada pela participação de todos!

sexta-feira, 8 de março de 2013

Só uma opinião sobre mulheres e bollywood


Bem, a Índia não é dos melhores países pra viver sendo uma mulher. O Brasil também não é bom, mas acho que lá consegue ser pior. O machismo é natural e arraigado na cultura do país de forma preocupante. O entretenimento mostra isso. Bollywood é machista.

Filmes protagonizados por mulheres (nos quais elas conduzem a ação) são poucos, muito poucos em comparação aos protagonizados por homens. Mesmo atrizes famosíssimas como Aishwarya Rai, Kajol, Madhuri Dixit, Rani Mukerji, não são as protagonistas da maioria de seus filmes. Sempre tem aquela figura masculina predominante. Quando um filme está para ser lançado, ouvimos falar “dos jodis”, quem será par de quem. Mas na realidade, o filme é protagonizado mesmo pelo ator, o homem. E não são apenas os filmes românticos que seguem essa linha, pelo contrário, em alguns deles as atrizes ainda tem mais falas, ao contrário de determinados filmes de ação, por exemplo.

Vamos pegar o nosso ultra-mega-hyper casal favorito de todos os tempos: Shahrukh Khan e Kajol. Eles fizeram seis filmes juntos, sendo SRK o protagonista de todos (acho que apenas no começo da carreira ele fez coadjuvantes). Em filmes como DDLJ, KKHH, K3G e MNIK, Kajol teve muitas cenas, objetivos e participação efetiva nos filmes. De todos, DDLJ é o que ela mais tem tempo na tela, dividindo mesmo o filme com SRK (tem uma canção só sua e participa das outras, tem diálogos com outras mulheres e personalidade bem definida). Em KKHH e K3G, temos outras personagens femininas coadjuvantes, porém com destaque. Em MNIK, o protagonismo é maior da parte de SRK, mas mesmo assim ela é fundamental à trama, construindo uma Mandhira batalhadora, talvez a mais admirável de todas as seis heroínas. Em Baazigar, ela faz uma heroína marcante, num filme todo de SRK. E Karan Arjun? É o pior papel de Kajol em todos os seis filmes, não me admira ser um de ação. Ao contrário do que algumas pessoas pensam, Kajol não fez apenas mocinhas românticas, ela fez heroínas fortes, como a Naina de Dushman. Mas mesmo nesse filme (que é de 1998), no qual Kajol é obviamente e claramente a protagonista, o nome de Sanjay Dutt vem antes do dela. Pois é...

Kajol, hoje e sempre, minha atriz favorita. E eterna diva do blog. 

Se não tá legal nos filmes de amor, tá ainda pior nos filmes de ação. Hoje, o gênero masala (aquele da câmera lenta e ação quase de desenho animado), é a galinha dos ovos de ouro de bollywood. As cifras das bilheterias enchem os olhos dos produtores. São realmente filmes divertidos, mas nas questões de gênero, são uma vergonha. Assisti alguns desses filmes, como Dabangg 1 e 2, Singham, Wanted e o tão falado Rowdy Rathore. E eles tinham duas coisas em comum: heróis policiais de bigode e mulheres em papéis absolutamente inúteis. Em Dabangg, Rajjo, interpretada por Sonakshi Sinha, mal abre a boca nos dois filmes da série. Ela é linda, me lembra a Rekha, mas é uma plantinha. A sensação que tive era que estando ali ou não, o filme seguiria da mesma forma, mas era necessário ter uma mulher bonita para inspirar algumas canções. Pior que Rajjo, só a menina de Singham. Tive que ir ao IMDB pegar o nome dela (Kavya, pra vocês que provavelmente também não lembram), pois era tão, mas tão descartável, que nem lembro direito da carinha da atriz. Ela cantou duas músicas que em nada, nada mesmo acrescentaram na trama. Já Wanted e Rowdy Rathore, dois filmes muito parecidos, diga-se de passagem, sofrem do mesmo mal. Rowdy Rathore foi falado e recomendado para mim, mas me decepcionei um pouco. Além de ser mais do mesmo, traz novamente Sonakshi Sinha no mesmíssimo papel descartável de Dabangg. Até a interpretação dela era a mesma. O__O

Madhuri Dixit, Preity Zinta e Aishwarya Rai: atrizes que amo.

Os filmes masala me lembram algumas coisas que via nos filmes americanos dos anos 80, só que ao invés do Stallone sair atirando, é o Salman que sai distribuindo chutes e socos. Mas a ideia do “exército de um homem só” é a mesma. E o papel das mulheres também. Nos filmes dos anos 80, as atrizes volta e meia pagavam um sutiã, uma calcinha, quando já não mostravam os peitos. Gritavam loucamente para serem salvas e nada mais. As personagens femininas dos masalas que assisti (e aceito recomendações de masalas que fujam dessas situações, pois vocês sabem que sei nada de bollywood), não ficam nuas, mas pouco fazem também. São lindas e nada mais. Vamos deixar de ver esses filmes por causa disso? Não, pois assim como “Comando” e “Rambo II” são divertidos de assistir, mas não podemos fechar os olhos e não ser críticos. Não consigo conceber que me venham reclamar de Simran e sua posição "pouco independente" e coloquem filmes como Singham e Rowdy Rathore no pedestal da obra prima, quando a heroína desses tipos de filme é tão inútil e submissa que chega a ser constrangedor.

Priyanka Chopra, Anushka Sharma e Deepika Padukone: atrizes que amo

Os filmes americanos ainda não são um ideal de igualdade de gêneros, mas pelo menos temos algumas heroínas fortes nas telas em filmes de ação, como Ripley, Trinity e algumas da Angelina Jolie. Tivemos uma Mulher-Gato e tanto no último filme do Batman e até as Bond Girls, que antes se limitavam a ser lindas e loucas pelo 007, já quebram tudo e tem uma participação mais significativa. O cinema indiano tem filmes protagonizados por mulheres, como o ótimo Kahaani, Aaja Nachle, Fashion, We are Family, No One Kills Jessica, Dirty Picture, Heroine, só pra citar alguns. Mas em comparativo, esses filmes perdem de longe para a quantidade de filmes protagonizados por homens. E os filmes de ação, que podem não agradar algumas pessoas, são os mais populares, seja na Índia ou nos Estados Unidos. Por isso é tão importante, a meu ver, essa discussão.

Eu amo bollywood, seus filmes, seus atores, suas músicas e a forma como contam suas histórias. Mas antes de ser fã, sou mulher, sou brasileira e sim, sou uma pessoa que pensa e raciocina. Ser fã é amar, mas também criticar quando preciso for. No dia internacional da mulher nós aproveitamos para externar o que devemos pensar todos os dias: o que nós, como sociedade, estamos fazendo para mudar e melhorar as condições de vida das mulheres no mundo? Criticar um filme de ação fará diferença na vida das meninas na Índia? Acho que pode fazer sim. Porque se você, diante de uma dificuldade se vê como a Ripley, armada com um lança-chamas e enfrentando um alien, com certeza a Sigourney Weaver e o James Cameron fizeram diferença para o mundo.